Uma Nova Doença Mental na URSS: A Oposição, de Vladimir Boukovsky
(edição de Maio de 1977)
Prefácio e notas de Jean-Jaques Marie
Tradução de Manuel Joaquim Gandra
Revisão de: Joaquim Meco
Capa de Nuno Amorim
Colecção Documentos
Edição de Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite
Na contracapa
De entre os métodos totalitários – todos mais ou menos empenhados na destruição do indivíduo – avulta a invenção de a clínica psiquiátrica soviética. O cidadão português já ouviu falar de pessoas injustamente internadas em manicómios – por questões de herança, por exemplo. Neste caso, a injustiça desenreda-se por vezes duma maneira que lembra os desfechos do romance policial. Infelizmente, a clínica soviética está fora do alcance dos detectives, oficiais ou particulares. É todo um sistema que esmaga o cidadão. È uma máquina bem oleada que destrói a personalidade. È uma razão de estado contra a qual não há organismo que reponha a verdade dos factos, porque não existe, no estado totalitário, qualquer margem para organizações de oposição legal se tais organizações forem detectadas, elas serão, por sua vez, condenadas como manifestações aberrantes. A «normalidade» é só uma e não pode divergir da sacrossanta voz da opinião oficial.
A construção do decantado «Homem Novo» acabou por conduzir ao ultraje do ser humano. Estabeleceu-se um «padrão», fora do qual só existem, no entender dos «engenheiros de almas», loucos perigosos ou espiões do ocidente. Uma sociedade, que se pretende «perfeita», enclausura os contestatários e, com tal procedimento, julga suprimir a voz subterrânea que reivindica a dignidade.
Clandestinamente circulam os textos Samizdat (edição de autor), onde se denunciam as injustiças totalitárias. O protesto e a criação não param. Mas têm de esconder-se.
Vladimir Bukovsky faz chegar até nós o mais terrível e completo testemunho dum novo universo concentracionário como agentes duma polícia política, os enfermeiros humilham e espancam os «doentes». A tirania ganha requintes «científicos». E, neste inferno, ainda há homens nos quais não se extinguiu a chama da liberdade.
A construção do decantado «Homem Novo» acabou por conduzir ao ultraje do ser humano. Estabeleceu-se um «padrão», fora do qual só existem, no entender dos «engenheiros de almas», loucos perigosos ou espiões do ocidente. Uma sociedade, que se pretende «perfeita», enclausura os contestatários e, com tal procedimento, julga suprimir a voz subterrânea que reivindica a dignidade.
Clandestinamente circulam os textos Samizdat (edição de autor), onde se denunciam as injustiças totalitárias. O protesto e a criação não param. Mas têm de esconder-se.
Vladimir Bukovsky faz chegar até nós o mais terrível e completo testemunho dum novo universo concentracionário como agentes duma polícia política, os enfermeiros humilham e espancam os «doentes». A tirania ganha requintes «científicos». E, neste inferno, ainda há homens nos quais não se extinguiu a chama da liberdade.
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