Antologia do Humor Negro, de André Breton
Tradutores: Aníbal Fernandes, Ernesto Sampaio, Isabel Hub, Jorge Silva Melo, Luísa Neto Jorge e Manuel João Gomes.
Prefácio de André Breton (o prefácio poderia ter por título O Pára-Raios – Lichtenberg)
Edição com imagens de alguns autores presentes na antologia, textos de Andé Breton a apresentar cada um dos antologiados, e ainda um nota final de AB escrita em 1966, a Antologia encerrada, isto é, a salvo de qualquer revisão ou ampliação.
Texto na badana:
O regime de Vichy foi forjado por Hitler em 1940, depois de as suas tropas terem entrado vitoriosas na Franças: era o grande sinal de que a Grande Guerra fora ganha pela Alemanha Nazi.
O regime de Vichy era constituído por quatro franceses (Pétian, Pucheu, Barthélemy, Brinon) que colaboraram com o nazismo durante quatro anos e fielmente cumpriram as ordens que Berlim mandava: processaram judeus, guilhotinaram comunistas, eliminaram chefes sindicalistas.
E a primeira edição da Antologia do humor Negro (1939) foi por eles retirada do mercado logo que apareceu. O humor negro não será a melhor prova de que a estupidez e o crime nunca ganharam qualquer guerra?
O humor negro é mais que o riso, é mais que a ironia:
É a crueldade destrutiva que abala os alicerces de todos o regimes – é uma ameaça constante ao império da irracionalidade, ao domínio da injustiça, ao crime organizado.
É por isso que os textos desta Antologia se apresentam sempre como literatura de vida ou de morte; é por isso que os autores escolhidos por Breton são quase todos daqueles homens que nenhum governo de Vichy recuperará.
A Antologia de Breton atinge o regime no mais profundo da sua falsa compostura: é através dela que Breton anuncia definitivamente o génio até então oculto dos grandes escritores malditos: Sade, Lautréamont, Forneret, Lacenaire.
Dentre eles, houve ainda os que para além do humor, realizaram também a entrega total à loucura (Swift, Sade, Nietzsche), que se refugiaram na droga (De Quincey, Baudelaire), no álcool (Poe, Jarry), no suicídio (Vaché, Rigaud, Roussel, Duprey).
Com este livro, a literatura é chamada à luta, à vida perigosa. Para Breton e o seus autores aqui seleccionados o humor ou é negro – i. é. cruel – ou não será humor.
Autores Antologiados:
Alberto Savino
Alfred Jarry
Alphonse Allais
André Gide
Arthur Cravan
Arthur Rimbaud
Benjamin Péret
Charles Baudelaire
Charles Cros
Charles Fourier
Chirstian-Dietrich Grabbe
D. A. F. de Sade
Edgar Allan Poe
Franz Kafka
Friedrich Nietzsche
Georg-Christoph Lichtenberg
Germain Noveau
Giséle Prassinos
Guillaume Apollinaire
Hans Harp
Isidore Ducasse
Jacob Van Hoddis
Jacques Rigaut
Jacques Vaché
Jean Ferry
Jean-Pierre Brisset
Jean Pierre Duprey
John Millington Synge
Jonathan Swift
Joris-Karl Hysmans
Leonora Carrington
Lewis Carrol
Marcel Duchamp
O. Henry
Pablo Picasso
Petrus Borel
Pierre-François Lacenaire
Raymond Roussel
Salvador Dali
Thomas de Quincey
Tristan Corbiére
Villiers L´isle-Adam
Xavier Forneret
Prefácio de André Breton (o prefácio poderia ter por título O Pára-Raios – Lichtenberg)
Edição com imagens de alguns autores presentes na antologia, textos de Andé Breton a apresentar cada um dos antologiados, e ainda um nota final de AB escrita em 1966, a Antologia encerrada, isto é, a salvo de qualquer revisão ou ampliação.
Texto na badana:
O regime de Vichy foi forjado por Hitler em 1940, depois de as suas tropas terem entrado vitoriosas na Franças: era o grande sinal de que a Grande Guerra fora ganha pela Alemanha Nazi.
O regime de Vichy era constituído por quatro franceses (Pétian, Pucheu, Barthélemy, Brinon) que colaboraram com o nazismo durante quatro anos e fielmente cumpriram as ordens que Berlim mandava: processaram judeus, guilhotinaram comunistas, eliminaram chefes sindicalistas.
E a primeira edição da Antologia do humor Negro (1939) foi por eles retirada do mercado logo que apareceu. O humor negro não será a melhor prova de que a estupidez e o crime nunca ganharam qualquer guerra?
O humor negro é mais que o riso, é mais que a ironia:
É a crueldade destrutiva que abala os alicerces de todos o regimes – é uma ameaça constante ao império da irracionalidade, ao domínio da injustiça, ao crime organizado.
É por isso que os textos desta Antologia se apresentam sempre como literatura de vida ou de morte; é por isso que os autores escolhidos por Breton são quase todos daqueles homens que nenhum governo de Vichy recuperará.
A Antologia de Breton atinge o regime no mais profundo da sua falsa compostura: é através dela que Breton anuncia definitivamente o génio até então oculto dos grandes escritores malditos: Sade, Lautréamont, Forneret, Lacenaire.
Dentre eles, houve ainda os que para além do humor, realizaram também a entrega total à loucura (Swift, Sade, Nietzsche), que se refugiaram na droga (De Quincey, Baudelaire), no álcool (Poe, Jarry), no suicídio (Vaché, Rigaud, Roussel, Duprey).
Com este livro, a literatura é chamada à luta, à vida perigosa. Para Breton e o seus autores aqui seleccionados o humor ou é negro – i. é. cruel – ou não será humor.
Autores Antologiados:
Alberto Savino
Alfred Jarry
Alphonse Allais
André Gide
Arthur Cravan
Arthur Rimbaud
Benjamin Péret
Charles Baudelaire
Charles Cros
Charles Fourier
Chirstian-Dietrich Grabbe
D. A. F. de Sade
Edgar Allan Poe
Franz Kafka
Friedrich Nietzsche
Georg-Christoph Lichtenberg
Germain Noveau
Giséle Prassinos
Guillaume Apollinaire
Hans Harp
Isidore Ducasse
Jacob Van Hoddis
Jacques Rigaut
Jacques Vaché
Jean Ferry
Jean-Pierre Brisset
Jean Pierre Duprey
John Millington Synge
Jonathan Swift
Joris-Karl Hysmans
Leonora Carrington
Lewis Carrol
Marcel Duchamp
O. Henry
Pablo Picasso
Petrus Borel
Pierre-François Lacenaire
Raymond Roussel
Salvador Dali
Thomas de Quincey
Tristan Corbiére
Villiers L´isle-Adam
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