Wednesday, January 17, 2007

Anti-Dühring, de Frederico Engels

edição de Novembro de 1974
Título Original: Herrn Eugens Duhring´s Umwalzung Der Wissenschaft
Tradução: Isabel Hub – Teresa Adão
Capa: Nuno Amorim
Colecção Doutrina / Intervenção
Edição, arranjo, aproveitamento e adaptação gráfica da
1ª edição: Edições Afrodite
Direitos de tradução: Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite

Na Contracapa


Do Anti-Dühring, obra prioritária para o conhecimento e estudo da doutrina e fundamento teórico do materialismo dialéctico, cuja 1.ª edição em Portugal foi apresentada na colecção Ensaio / Documentos de Edições Afrodite, em 1971, disse o autor:

«O sistema do senhor Dühring, cuja crítica se faz neste livro, estende-se a um campo teórico muito vasto; por isso me vi obrigado a segui-lo por todos os lados e a opôr as suas concepções às minhas. Deste modo a crítica negativa tornou-se positiva, pois a polémica transformou-se numa exposição mais ou menos coerente do método dialéctico e do conceito ou intuição do mundo, próprios de Marx e de mim».
(Engels, Anti-Dühring, 2.º prefácio)

Cintas

Algumas edições de Fernando Ribeiro de Mello tinham cintas promocionais muito curiosas.
Apresentamos algumas:


A Vénus de Kazabaika - Leopold Von Sacher Masoch, 1966

Cara Lh Amas - E. M. de Melo e Castro, 1975

O Supermacho - Alfred Jarry, 1975

Aventuras de Alice no País das Maravilhas - Lewis Carrol, 1971, 1ª Edição

Excertos do comentário de Maria Alzira Seixo à edição O Processo das Virgens, intitulado: Singularidades Dum Texto Verídico


«Lemos: O Processo das Virgens. Feliz título que nos agarra na sua contradição e simultânea culpabilidade e inocência.»

«O texto: exclusivamente constituído por três processos jurídicos, instaurados em Lisboa entre os anos de 1966 e 1969, mais as disposições legais que, em 1971, concluem um deles e estabelecem a sua ligação à vida civil. Narrador: o escrivão de serviço. Autor: o editor que, à maneira dos mais puros tempos do romantismo literário, desenterra os documentos dos arquivos, os selecciona, justapõe e dá a lume. Comentários seus de momento conhecidos: apenas os títulos, quer do volume, quer das quatro partes (processos e «final») ou «capítulos» - o título geral, cujo enredado ainda não analisámos completamente, e o subtítulo «Aventuras, Venturas e Desventuras Sexuais em Lisboa nos últimos anos do Fascismo», que recorda imediatamente uma realidade próxima e abafada e que assim assume ao mesmo tempo a condição de denúncia política e de análise objectiva da sociedade contemporânea como Zola a enunciara.»

«...temos, a par do condicionamento social e político, um acervo de conotações literárias, e mais largamente culturais, que podem modelar a apreensão do volume.»

«Na verdade, e se descontarmos a monotonia repetitiva das fórmulas de inquirição, de toda esta série se pode ler como se de um romance se tratasse, romance «sui generis» mas que, quer pela expressão, quer pelo conteúdo, tem antecedentes aproximados na história da literatura.»

«Três códigos aqui se interpenetram, bem entendido: o erótico, o jurídico e o social.»

«Porque se trata de uma publicação que só depois de uma viragem política se pode fazer – e, como tal, reveste-se de certa caracterização sensacionalista; por outro lado, o seu interesse documental é enorme e, a ser entendida com seriedade, muitas, conclusões, não de todo, esperadas, poderemos aproveitar, a sua consideração. O sentido da oportunidade, a tentativa de denúncia, o entendimento do que pode ser um objecto de interesse (nas suas múltiplas acepções...) social justificam esta edição.»

Onde há livros Afrodite - II


Dos alfarrabistas e livrarias que estão on-line, voltamos a aconselhar alguns onde se encontram livros das Edições Afrodite:

Na Livraria Esperança, numa pesquisa avançada por editor, encontramos 11 registos a bons preços, entre os quais dois ( Para a História da Leitura de Rilke em Portugal e no Brasil; Psicologia nº 3) que na verdade não são edições Afrodite.

No site
http://www.iberlibro.com/ encontramos 22 entradas. Na Avelar Machado (Rua do Poço dos Negros – Lisboa) e em Cimelio Books (Cascais) encontramos alguns, mas a maior parte está em vendedores no estrangeiro.

Em Coimbra, o
livreiro antiquário Miguel de Carvalho tem para venda uma edição da Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica.

No Porto, já está disponível on-line o
catálogo de Janeiro da Livraria Alfarrabista Varadero onde pudemos encontrar uma Antologia de Vanguarda. Em Literatura Portuguesa encontramos uma Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica e em livros de Política há um exemplar de 26 Anos na União Soviética.

Wednesday, January 10, 2007

Nas Edições Afrodite: Sobre as Feiticeiras…edição completa!

Jules Michelet

Na revista Actual do semanário Expresso (5 de Abril de 2003), L. M. Faria publicou um artigo com referências à edição de Sobre as Feiticeiras - Jules Michelet, por Fernando Ribeiro de Mello.
Aqui fica o texto:

O resto, depende...

L. M. Faria
«A editora informa que será o êxito ou não do livro a
determinar uma eventual decisão de publicar a segunda parte.»
O escritor francês Jules Michelet pertence ao reduzido grupo de autores franceses do século XIX que ainda hoje se lêem com prazer. Embora a sua reputação póstuma como historiador seja limitada, o seu estilo é rico, excitante, moderno - e não delicodoce. Michelet escreveu sobre inúmeros temas além da História, incluindo animais e insectos. No seu (relativamente) pequeno livro As Feiticeiras, deu à posteridade uma obra onde a fantasia conta pelo menos tanto como os factos, o que no seu caso não constitui mesmo pecado nenhum. A noção da feiticeira como reacção da mulher à opressão social era sem dúvida uma imagem com futuro. O livro de Michelet tornar-se-ia obra de culto do feminismo no século XX.
Tudo isto para dizer que As Feiticeiras merecia uma boa versão portuguesa. E já a teve, há muito tempo.
As defuntas Edições Afrodite, de Fernando Ribeiro de Mello, produziram um volume onde constava, além do texto original, um ensaio de Roland Barthes, uma cronologia, depoimentos de intelectuais portuguesas e ilustrações. Um belo objecto, publicado com a dignidade própria do seu editor, e que sempre foi rara aqui.
Ao fim de muitos anos, a mesma obra de Michelet torna a surgir em português. Agora noutra editora, a Pergaminho. E desta vez - surpresa! - sai só metade. Nada na capa nos diz que é só a primeira parte da obra. Nada na contracapa ou na badana. A informação, por assim dizer (duas palavrinhas em letra pequena: «Livro Primeiro»), só aparece na página seis, no canto superior esquerdo. Talvez o lugar mais escondido onde podia estar.
Porquê tão curioso procedimento? Telefonámos à editora e perguntámos. Foi-nos dito, apenas, que assim se fizera, e seria o êxito ou não do livro a determinar uma eventual decisão de publicar a segunda parte. Ou seja: quem comprar o livro a pensar que está inteiro fica pelo menos com o consolo de saber que, ao comprar, contribuiu para aumentar a possibilidade de, num próximo dia, poder vir a comprar o resto.
O mundo da edição tem os seus mistérios, e longe de nós questionarmos os métodos da Pergaminho. Mas uma coisa nos agradaria saber. Se Paulo Coelho, autor que a Pergaminho edita cá e lhe deve ter feito a fortuna, soubesse que em Portugal lhe editavam só metade de um livro, sem sequer avisar os leitores, que diria ele? Continuaria a Pergaminho a ter licença para editar Paulo Coelho? Ou acharia ele (homem notoriamente sensato) que um tal procedimento, além de o prejudicar, inquinava sem remédio a credibilidade da editora?
O que Paulo Coelho pensaria não sabemos. A nós, parece-nos apenas que a inclusão de As Feiticeiras numa colecção popular de «espiritualidades» não devia desculpar tudo. Se editar é humano, omitir não é divino. E enganar muito menos.

O Processo das Virgens

edição de Dezembro de 1975
O Processo da Virgens, aventuras, venturas e desventuras sexuais em Lisboa, nos últimos anos do fascismo

Selecção, Coordenação e nota prévia de Marta Castro Alves (pseudónimo de Amadeu Lopes Sabino)
Comentários: José Augusto Seabra, José Carlos Ferreira de Almeida, José Martins Garcia e Maria Alzira Seixo
Capa: Henrique Manuel
Colecção Documentos



Na Contracapa

«O Processo das Virgens» é o nome de combate escolhido para esta recolha de algumas peças de três processos judiciais instruídos pela Polícia Judiciária e julgados pelo Tribunal de Execução de Penas nos últimos anos do fascismo.
Os factos a que estes processos se referem correram na época as bocas do mundo, tendo dado origem a um escândalo que, aquém e além fronteiras, ficou conhecido pelo «caso dos BALLETS ROSE».
A implicação nesse escândalo (de que a Imprensa portuguesa da época não falou) de figuras de grande destaque social e político (um punhado de grandes do fascismo) foi tema de suposições e especulações. Umas e outras, tal como algumas das respectivas consequências, são referenciadas por Mário Soares no «Portugal Amordaçado».
A publicação destas peças processuais destina-se a contribuir para a elaboração de um mapa dos costumes da burguesia portuguesa no decurso do fascismo.
Assim e defendendo a presente edição do risco de sensacionalismo, além de certo critério na transcrição dos autos, apresentam-se como posfácio quatro breves reflexões críticas que oferecem vias de leitura para desocultar alguns dos significativos sócio-culturais destes documentos.

O Afrodite mais perto do Grande Público


Agradecemos a mais alguns blogs que fizeram referências ou links ao Afrodite, e que assim contribuíram para o tornar mais conhecido junto do Grande Público:
AbencerragemCafé dos Loucos
Do Meu Lugar
Dias Com Árvores
Ferreira de Castro
Frenesi
Insónia (parabéns pelas Estórias Domésticas)Lauro António Apresenta...
Ma-Schamba
Miss PearlsTradital

Saturday, January 06, 2007

26 Anos da União Soviética, de Francisco Ferreira

edição de 1975
26 Anos na União Soviética, Notas de Exílio do "Chico da C. U. F."
Autor: Francisco Ferreira
Prefácio: José Augusto Seabra
Capa: Henrique Manuel
Colecção Documentos


Na Contracapa

26 ANOS NA UNIÃO SOVIÉTICA é a história dum combatente, a história duma vida dedicada à causa do Socialismo.
O autor, de seu nome Francisco Ferreira, cedo se tornou conhecido como “Chico da C. U. F.”, graças à actividade «subversiva» que desenvolveu no seio dessa empresa que foi o símbolo do monopólio capitalista em Portugal.
Já o fascismo provocava, entre as organizações operárias do nosso País, o seu cortejo de vítimas, quando Francisco Ferreira enveredou pelos caminhos da clandestinidade – única forma de organizar o combate contra os exploradores do Povo. Alguns anos depois, participa na Guerra Civil de Espanha, essa confrontação onde os revolucionários de muitos países se empenharam na luta contra Franco, Hitler, Mussolini – os ditadores apostados em varrer a liberdade da face da Europa.
Da Espanha, vencida nas suas aspirações democráticas, Francisco Ferreira parte par a U. R. S. S., onde, depois duma curta actividade numa fábrica, ingressa na Rádio Moscovo. Ao longo de mais de duas décadas, fará ouvir a sua voz em programas dirigidos a Portugal, ao Brasil e às antigas colónias portuguesas.
Mas o que foi a história da U. R. S. S. ao longo de todos esses anos? Que fizeram os herdeiros de Lenine da pátria do Socialismo? Como foram defendidos, no primeiro país socialista do mundo, os interesses dos trabalhadores? Por que razão José Stalin, o indiscutível «Pai dos Povos», perde, com a morte, a razão das suas medidas políticas? Porquê e para quê a «desestalinização»?...
Eis algumas das questões que não puderam deixar de apresentar-se a um homem que, como Francisco Ferreira, sempre procurou a sua razão de ser na luta frontal, ética, libertadora, dos oprimidos contra os opressores.
Em agosto de 1965, Francisco Ferreira sai, finalmente, do País de Lenin, via Cuba. Que traz ele para nos contar?
As maravilhas do Socialismo soviético? Ou as amarguras desilusões dum ideal traído?...Talvez, muito simplesmente, a certeza de que o combate não está concluído, que há muito a emendar e, principalmente, muitos atropelos a exigir a justiça...

Tuesday, January 02, 2007

As Edições Afrodite por Yukio Mishima!

Aqui, António Carmo Luís provoca Fernando Ribeiro de Mello, fazendo um paralelo entre as Edições Afrodite e a personagem do Marquês de Sade numa peça de teatro escrita por Yukio Mishima. A peça chamava-se a Marquesa de Sade, e noutros tempos, chegou a palcos portugueses numa encenação de Filipe Lá Féria. Eis o cartaz.